No meu último post, eu falei sobre um conto escrito por Orson Scott Card que estava disponível na revista eletrônica editada por ele, a Intergalactic Medicine Show.
Em um dos comentários, Roberto de Sousa Causo mencionou que esse conto quase foi publicado na revista Quark, e falou sobre um outro conto de Card. Esse sim foi publicado na Quark, traduzido pelo próprio Causo, com o título Sonata Desacompanhada (Unaccompanied Sonata, no original).
Sonata Desacompanhada é um dos contos mais legais que eu já li. Card foi simplesmente brilhante. Como eu ainda tenho esse exemplar da revista Quark, e também tenho uma coletânea do Card (Maps in a Mirror) na qual o conto foi publicado, eu resolvi tirar um tempinho e ler novamente para comentar aqui no blog.
Felizmente, minha impressão sobre o conto não mudou! A história mostra uma sociedade num futuro próximo, no qual todos são controlados e tem funções específicas. O propósito desse controle é fazer com que todos sejam felizes e passem suas vidas “sem sustos”.
Esse tema (aparentemente) comum serve de pano de fundo para a história de um homem que tem enorme aptidão para a música, e é designado para passar sua vida criando novas melodias. O problema é que ele acaba quebrando uma das leis que regem a sociedade em que vive e é impedido de se dedicar à sua vocação. Ele tenta arduamente se afastar da música, mas não consegue e acaba sendo punido severamente por isso.
Eu não quero estragar a surpresa de ninguém com essa história brilhante, por isso não vou colocar spoilers aqui, mas quem quiser saber mais pode clicar nesse link, onde eu conto em mais detalhes o desenrolar da história. Mas eu já aviso que lá eu estrago qualquer supresa pra quem for ler o conto de verdade depois…hehe…
Eu lembro que, na primeira vez que li Sonata Desacompanhada, fiquei extremamente comovido com a beleza da história e com o sofrimento do protagonista. Esse conto é uma crítica à hipocrisia que muitas vezes reina na sociedade, e também é uma lição de determinação e dedicação.