Como o tempo passa! Faz quase um mês que publiquei aqui o último post sobre constelações!
E justamente numa época do ano em que eu tinha bastante coisa para mostrar…
Bom, o maior motivo da demora não foi falta de tempo nem de material. Fiquei num impasse sobre a próxima constelação porque eu simplesmente não conseguia pensar na que seria mais fácil de mostrar por aqui. Estava em dúvida entre três: Aquila (a Águia), Lyra (a Harpa) e Cygnus (o Cisne). As três tem suas estrelas mais brilhantes bem destacadas no céu, mas enquanto Aquila e Cygnus são relativamente fáceis de se reconhecer, Lyra é mais complicada porque suas outras estrelas (tirando a mais brilhante) são mais fraquinhas.
Na verdade, eu não estava conseguindo pensar em como “apontar” na direção correta, já que as estrelas que nós vínhamos usando como referência não servem muito nesse caso. Mas foi então que, olhando para essas três contelações, resolvi a coisa do jeito mais simples possível. E hoje teremos três constelações apresentadas de uma vez!
Antes de irmos direto ao assunto, quero falar um pouco sobre orientação. Não vou gastar tempo aqui com isso, mas para localizar as três constelações de hoje, o leitor precisa ao menos ter uma “ideia” de onde fica o Norte. Não é necessário determinar o ponto cardeal Norte com exatidão, mas apenas ter uma noção de onde fica.
Se você observa o céu na sua casa e sabe mais ou menos onde o Sol nasce e se põe, vai ter uma “ideia”de onde está o Norte.
Agora, se você nunca pensou a respeito, e nem sabe a direção onde o sol nasce, aí vai uma dica: procure um amigo que tem celular android ou iphone, seja cara de pau e peça para ele baixar o aplicativo de bússola e tudo fica mais fácil. Ah, é importante deixar a configuração como “considerar declinação magnética”. Bom, se nenhum de seus amigos tiver um celular desses e você preferir usar uma bússola convencional e estiver na região Sudeste, certifique-se de considerar que o Norte esteja 20 graus a Leste de onde aponta a agulha. A medida vale mais ou menos para quase todo o território nacional. Qualquer dia eu explico o motivo.
Uma vez dito isso, para encontrar as três constelações que mencionei acima você deve olha “na direção Norte”, lá por volta das 20:00 ou 21:00. Lembre-se que eu moro em São Paulo, céu poluído e muita luz. Se não houver nuvens no céu, eu vou ver algumas estrelas brilhantes, numa configuração mais ou menos como a da figura abaixo:
Senhoras e senhores, conheçam: Altair (topo), Vega (abaixo, esquerda) e Deneb (abaixo, direita), estrelas mais brilhantes das constelações Aquila, Lyra e Cygnus, respectivamente.
Talvez o mais simples aí seja localizar Altair, a estrela do topo. Olhando pros lados do Norte, ela está bem alta no céu, já numa posição que é meio desconfortável olhar para cima. O “truque” para não errar é notar a estrela que está ao lado dela, de brilho razoável (destaquei na figura). A distância aparente entre as duas é de mais ou menos um dedo, com o braço esticado. Geralmente, as duas ficam bem destacadas no céu. Depois de localizar Altair, Vega e Deneb são tranquilas.
Bem, num céu um pouco mais estrelado, ou apertando bem os olhos e fugindo dos postes de luz, a gente poderia ver uma imagem semelhante a essa:
Nessa imagem, temos as três constelações um pouco mais povoadas, ainda dá para perceber claramente as três estrelas mais brilhantes. Para que as constelações fiquem mais visíveis, dou uma forcinha abaixo. Comparem com a imagem acima para facilitar.
Notem como Cygnus, o cisne, tem até um contorno interessante, com a estrela Deneb na parte de baixo servindo de cauda. O cisne ainda aparece com duas “asas” bem abertas e um pescoço comprido que liga até a estrela da ponta lá no alto, a cabeça do bicho.
Aquila, a águia, tem Altair na região da cabeça, duas asas e uma cauda fácil de ser visualizada.
Já Lyra, a harpa, é mais difícil, né? As quatro estrelinhas que ficam ao lado de Vega (aquela coisona brilhante) são apagadas e difíceis de serem vistas num céu muito iluminado.
Agora, deixando as simulações de lado, temos algumas belas imagens de Aquila:
De Cygnus:
E de Lyra:
Bem, hoje não vou falar mais sobre essas três constelações. Durante a semana, vou destacar algumas características principais de suas estrelas ou algum objeto interessante que esteja dentro de suas fronteiras.
(Nota: as imagens simuladas foram criadas com o uso do software StarCalc. As imagens reais foram obtidas em: http://stars.astro.illinois.edu)
muito bom recentemente terminei um EAD de Formação Estelar,pelo Observatório Nacional do Rio de Janeiro e para minha satisfação irei aprender mais poraqui,vou assinar por email para acompanhar suas postagens…valeu..fuiiiiiii
Que bom que gostou do blog. Eu também já fiz um EAD no ON, mas foi sobre o Sistema Solar. Grande abraço!