Plutão, suas cinco luas e nossas origens

Semana passada, a NASA divulgou a descoberta de mais uma lua do planeta-anão Plutão. Por enquanto, já são cinco satélites naturais ao redor do antigo nono planeta do Sistema Solar.

Plutão é um planeta tão distante, tão pequeno, e tão difícil de ser observado, que é realmente incrível que já tenhamos essa informações. A descoberta foi feita pelo telescópio espacial Hubble, que já passou dos vinte anos de operação e ainda se mantem firme, aguardando a substituição pelo novo telescópio espacial, o James Webb (previsto para estar operando em 2018).

Vamos fazer um breve histórico do que descobrimos lá nos confins do nosso Sistema Solar:

  • 1930 – Plutão é descoberto a partir de observações em placas fotográficas realizadas no Observatório Lowell, no Arizona;
  • 1951- Gerard Kuiper, astrônomo holandês, sugere a existência de um cinturão formado por objetos além da órbita de Netuno;
  • 1978 – Caronte, a primeira lua de Plutão, é descoberta através de observações realizadas no Observatório Naval em Washington;
  • 1992 – confirmados os primeiros objetos transnetunianos, que se juntaram a Plutão e Caronte, provando a exitência do Cinturão de Kuiper;
  • 2006 – Plutão é rebaixado à categoria de planeta-anão;
  • 2006 – descobertas mais duas luas de Plutão, Nix e Hydra;
  • 2011 – uma nova lua é descoberta, denominada P4;
  • 2012 – a NASA anuncia a quinta lua de Plutão, que recebe o nome temporário de P5, e tem um diâmetro que varia de 15 a 40 km.

Bom, a descoberta de mais uma lua em órbita de um planeta-anão é, no mínimo, curiosa. Afinal, Plutão tem apenas 2300 km de diâmetro no equador (a Terra tem 12700 km), e portanto uma massa muito menor, o que sugere uma baixa atração gravitacional.

Uma das explicações para isso é o que coloca Plutão na categoria de “planeta-anão”. Durante seu processo de formação, devido a suas dimensões reduzidas, Plutão foi incapaz de limpar suas vizinhanças. Em outras palavras, ainda ficou muito material na região de sua órbita. Já a Terra e os demais planetas acabaram usando todo o material que estava à disposição nas suas redondezas para se formarem. A descoberta dessa quinta lua, com dimensões tão reduzidas, indiretamente mostra que provavelmente há muita coisa ainda em torno de Plutão. Eu , particularmente, gosto dessa classificação “diferenciada” de Plutão.

O sistema de Plutão é somente uma pequena parte do Cinturão de Kuiper, uma estrutura formada  por algumas dezenas de milhares de pequenos objetos dispostos mais ou menos na forma de um pneu que cerca o Sistema Solar, depois da órbita de Netuno (mais ou menos de trinta a cinquenta vezes a distância Terra-Sol). Toda essa região é extremamente importante para o estudo da origem do Sistema Solar. O material que compõe essa região é uma relíquia do que deu origem ao que vemos hoje.

Em 2015, a sonda New Horizons, lançada pela NASA, deve chegar às proximidades de Plutão. Após passar algum tempo estudando esse sistema, é possível que ela seja encaminhada para algum outro objeto do Cinturão de Kuiper. Isso vai depender das condições em que a sonda estiver operando.

Agora um momento levemente publicitário: em agosto, o Observatório Céu Austral apresenta o curso “Uma Breve História do Universo”. Em uma das aulas, eu vou falar sobre as origens do Sistema Solar. Entre outras coisas, pretendo falar mais sobre o tema deste post. Quem estiver interessado, pode checar as informações aqui.

A imagem abaixo, divulgada pela NASA, mostra Plutão e seus cinco satélites.

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