Armageddon 2419 A.D.

Semana passada eu finalmente li Armageddon 2419 A.D., de Philip Francis Nowlan, uma novela publicada em 1928 e com um atrativo bem interessante: é a primeira aparição do personagem que depois viria a ser conhecido como Buck Rogers, famoso nos quadrinhos, cinema e televisão.

Dá pra perceber que estou numa fase de ficção científica antiga, né? Fruto do curso de História da Ficção Científica que terminou mês passado.

Armageddon 2419 A.D. conta as aventuras de Anthony Rogers, um americano do início do século XX que fica em animação suspensa durante quase 500 anos e acorda no século XXV.

A explicação para esse tempo todo que Rogers passou desacordado é interessante e já aparece logo no prólogo da novela. Ele estava pesquisando uma mina que apresentava sinais de gases radioativos. Num acidente, toda a sua equipe foi soterrada e ele ficou preso no fundo da mina, sendo o único a escapar. Com o acúmulo dos gases radioativos e a falta de ar, ele perdeu os sentidos e só acordou em 2419. Simples e sem maiores detalhes, mas, convenhamos, criativo.

O futuro apresentado pelo autor é interessante, mas tem um lado xenofóbico. O prólogo da novela faz um breve relato do que se passou nos 500 anos em que Rogers esteve desacordado, mas o principal é que os EUA, assim como o resto do mundo, estavam dominados por uma coalisão liderada pelos chineses. Os americanos eram uma raça considerada inferior e viviam escondidos, sofrendo ataques constantes dos dominadores, os Han.

O grande trunfo dos dominadores era o controle total dos métodos de locomoção aérea. Fazendo uso de máquinas de guerra voadoras e de um raio desintegrador poderosíssimo, os Senhores do Ar, como eram chamados,  dominavam a América do Norte com terror e mortes.

Esse é o cenário que Anthony Rogers encontra ao acordar no século XXV. Rapidamente, ele se une a uma tribo de americanos e mostra que tem grande capacidade de liderança. Sendo um veterano da Primeira Guerra Mundial, ele ensina táticas diferentes de guerra aos americanos, e assim, dá início a uma revolta.

A narrativa é bem animada, cheia de aventuras, com o “mocinho” sempre salvando o dia, como era comum nas primeiras obras de ficção científica. Em alguns momentos, há até algumas sequências relativamente violentas, que me deixaram impressionado (levando em conta que a novela foi publicada em 1928).

Uma coisa interessante é que vários artefatos que viriam a ser clichês em histórias de FC aparecem: raios desintegradores, cinturões anti-gravidade, armas de raios.

Essa novela mostra o começo da revolta dos americanos. Há uma continuação, chamada The Airlords of Han, que conta o final da revolta.

Um detalhe: a leitura, mesmo sendo em inglês, é simples e agradável. Fica a dica para quem quiser pegar uma história legal em inglês para dar uma treinada. A leitura também vale para quem quer sentir como era a FC do começo do século XX.

Armageddon 2419 A.D. pode ser baixado gratuitamente aqui e sua continuação está aqui.

2 comentários em “Armageddon 2419 A.D.

  1. Há algum tempo, um extinto programa de raridades da TV aberta passou um longa metragem de cinema, em PB, possivelmente dos anos 1930, com a filmagem dessa história, com som original e legendas. Apesar da precariedade dos efeitos, com espaçonaves erráticas e fumacentas, é um filme divertido e charmoso, tanto para os que gostam de FC quanto para os fãs dos quadrinhos, arte em que Buck Rogers ganhou mais evidência, e que me fez curtir o filme ao quadrado, já que sou fã tanto da FC quanto dos quadrinhos.

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